quarta-feira, 8 de dezembro de 1999

Um dia

Amei-te com tudo,

Até nada mais ter...

Eras para mim o mundo

Ideal para me perder.


Amaste-me sem pensar

No que tinha a oferecer,

E, surpreendendo-te, quis dar

Amor maior que meu ser...


O que quis consegui:

Fomos fogo, terra e mar...

Mas o sublime tem fim,

É o preço a pagar.


Fui herói só por ti,

Roubei o céu para nós...

Foi lindo o que vivi,

Fomos felizes a sós...


Até que o destino fez

O que a todos anuncia:

“Apenas podes ser feliz

com uma deusa por um dia”

sexta-feira, 29 de outubro de 1999

Quando nada mais te chama


Quando nada mais te chama,
Quando o sol já não te ilumina,
E teu refugio está na cama
E a vida já não te ensina...

Não, não vais morrer...
Há sempre algo para ti,
Não vais ser só sofrer,
Há alguém sempre que te sorri.

Tens de lutar para ser feliz,
Tens de sonhar com o paraíso.
Não foi o mundo que te quis
Mas agora és sempre preciso.

Sentes o céu em ti cair,
Sentes o coração a apertar,
E o destino sempre a fugir.
Em outro lado queres estar...

A vida não vai acabar,
O inatingível espera-te...
Com muitos irás falar,
O desconhecido no tempo revela-se.

Pensa no que vais perder
Se quiseres deixar o céu...
Jamais irás compreender
Esta felicidade cruel.

domingo, 17 de outubro de 1999

Agir num mundo novo

Tudo corre, o mundo gira.

Porém meu ser só deambula,

Levado por marés da vida,

Rodeado por nascentes contínuas.


À minha volta tudo novo.

Quero saber o bem fazer,

Mas como se lida certo,

Se é incerto meu viver?


Talvez o inconsciente, não sei,

Me impeça de dormir bem,

Se o bem não pratiquei

Ou o amor larguei...


Meu inconsciente segue o Senhor,

Desconhecido a todo o Homem.

Então como o posso ouvir

Para conselho antes de dormir?

domingo, 8 de agosto de 1999

Eyes wide shut

With my eyes wide shut

Killing time, wet face

Can’t help bringing up

The moments we made…


Made them from nothing

One after the other

I can hear Vedder sing

Everytime I remember.


Close together in the attic

The smell of your sweet sweat

So intense I could taste it

Now I’m lost without

Your sweet sweet sweat…

segunda-feira, 2 de agosto de 1999

O mito do infinito

Olho o infinito,

Esse nada que tudo diz...

Esse oráculo virou mito,

Um mito jamais feliz...


De muitos ouvi dizer

Que o céu, o mar, as estrelas,

Jamais iriam conter

Conselhos de inacabadas novelas.


No entanto que obtenho?

Sussurros insípidos indecifráveis,

Sem revelar que meu sonho

Não é de tectos frágeis...


Meu sonho é somente amar,

Mas amar sem sofrer,

Sem ter de lutar,

Sem me dar a morrer...


Resignadamente, vejo o erro...

Desculpa-me infinito, enfim,

Finalmente me apercebo

Que a resposta estava em mim...


Meu inconsciente sempre soube

Que o amor é assim...

Sofrer por quem nos ouve,

Morrer por um sim...


O mito continua

Sem nunca existir,

Esta visão nua

Faz apenas reflectir...

sábado, 12 de junho de 1999

What’s hollow inside?

From the moment I was born

I have had these strange dreams,

A feeling inside me so strong

That nothing is as it seems…


Kisses seemed to feel good and warm…

But now they taste cold, like rain.

School seemed nice and educative…

When it really is a house of torture and pain.

Friends seemed to be sincere and trustable…

Instead they double cross and lie.

Love seemed to be of eternal happiness…

But came to be hollow inside.


Can’t disguise the dissolution

From the hope I had for

The world that surrounds me…

There’s nothing more…